valter hugo mãe é o nome
artístico do escritor Valter Hugo Lemos (Henrique de Carvalho, Angola, 25 de
Setembro de 1971). Além de escritor é editor, artista plástico e cantor
angolano.
Passou a infância em Paços de
Ferreira e em 1980 mudou-se para Vila do Conde. Licenciou-se em Direito e fez
uma pós-graduação em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea.
valter hugo mãe escreve-se mesmo
com letras minúsculas. Assim como todos os seus romances. A liberdade formal é
um dos pontos de honra do vencedor do Prémio Saramago de 2007 e uma das razões
por ter sido apelidado de "tsunami" - "não no sentido
destrutivo, mas da força" - por José Saramago.
valter hugo mãe tem uma
explicação muito simples. "Sempre gostei da limpeza das minúsculas.
Arrancando as maiúsculas do início das frases, as pessoas aceleram a leitura,
ficam um pouco sem travões e chega-se mais depressa ao fim. Isso está em
concordância com a nossa atitude. Não falamos com maiúsculas, aspas ou
travessões".
valter hugo mãe confessa que
enquanto escreve se fecha em semiclausura e o que lhe vale é a fast food.
"Tenho a despensa cheia de latas de atum, salsichas e aquelas sopas em
pacote. Toda essa parafernália de comida para solteiro. Desenvolvo até algumas
dependências, como a de sopas de supermercado. Gosto de as comer e recordar os
bons tempos da escrita do livro." Nessa altura, valter hugo mãe é capaz de
acordar às sete e de se deitar às quatro da manhã. Pelo meio só há tempo para
comer e ir à casa de banho.
O seu último romance "a
máquina de fazer espanhóis" não foi excepção. O autor já tinha definido o
tom do livro. Sabia que queria falar da terceira idade e da iminência da morte.
Tinha a personagem principal, António Silva, bem definida na sua cabeça. Sabia
que ia escrever na primeira pessoa e que ia dedicar o livro ao pai. "Foi
uma maneira de substituir o que o meu pai não teve. Ele morreu antes de ser
velho. Senti que podia aproximar-me da sua memória e ficcionar uma terceira
idade que ele não viveu."
Com “a máquina de fazer espanhóis”, valter Hugo mãe
foi o grande vencedor da 10.ª edição do Prémio Portugal Telecom de Literatura
em Língua Portuguesa. O escritor recebeu numa cerimónia que decorreu no
Auditório Ibirapuera, em S. Paulo, no Brasil, o prémio na categoria de melhor
romance e também foi o vencedor do Grande Prémio Portugal Telecom 2012.
O escritor, licenciado em
Direito, fugia da escola porque tinha medo de levar uma coça da professora. O
irmão avisou-o de que isso ia acontecer. Foi preciso a mãe explicar-lhe que
precisava de ir à escola para "aprender a guardar as coisas que tinha na
cabeça". Apaixonou-se pelas letras. Passava a vida a perguntar: "Que
palavra é essa?" Começou por escrever poesia, sempre às escondidas, e
nunca esqueceu o primeiro livro, que comprou, aos 10 anos, por conta própria:
"Mistério da Mansão Assombrada", de Hitchcock. "A partir daí
arranjei maneira de ler mais livros." Ainda assim, não se achava homem da
prosa. "Li muitos autores chatos." O primeiro romance surgiu porque
não lhe apetecia estudar e tinha uma frase que não lhe saía da cabeça:
"Era o homem mais triste do mundo." Foi o início de "nosso
reino" e desde então nunca mais abandonou os romances.
Para além da escrita tem-se
dedicado ao desenho, com uma primeira exposição individual inaugurada em Maio
de 2007, no Porto, e à música, tendo-se estreado como voz do grupo O Governo em
Janeiro de 2008, no Teatro do Campo Alegre, no Porto.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Valter_hugo_m%C3%A3e
http://www1.ionline.pt/conteudo/43297-valter-hugo-mae-o-escritor-que-nos-poe-ler-sem-travoes
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