Gabriel
García Márquez
(Aracataca, 6 de março de 1928) é um escritor, jornalista,
editor, ativista e político colombiano.
Recebeu o Nobel de Literatura de 1982 pelo conjunto de toda
a sua obra, que entre outros livros inclui o aclamado “Cem Anos de Solidão”.
Foi responsável por criar o realismo mágico na literatura latino-americana.
Viajou muito pela Europa e vive atualmente em Cuba. Em 1 de abril de 2009
declarou que se aposentou e não pretende escrever mais livros.
Gabriel
García Marquez e o Realismo Mágico Latino-Americano
João de Melo
Mais lido e estimado
do que todos os escritores latino-americanos do seu escol e da sua geração,
Gabriel García Marquez, hoje tão universal como os maiores mestres do romance
moderno está entre os nomes gloriosos de toda a literatura e é uma das maiores
figuras literárias do século.
A literatura latino-americana conheceu um processo de expansão
e reconhecimento internacional que é um dos fenómenos mais interessantes da
segunda metade do século XX. Gabriel Garcia Marquez encontra-se no centro deste
verdadeiro "boom", que constituiu afinal uma nova vanguarda
literária, exterior ao eixo parisiense tradicional. Teve porém, como todos os
autores latino-americanos da sua geração, de passar pela aprovação da crítica
europeia, nomeadamente a francesa, apesar da enorme popularidade que adquirira
entre os leitores.
O segredo do que foi denominado "realismo
fantástico", ou também "realismo mágico" reside, segundo João de
Melo, na descoberta de uma prática ficcional "simples e simultaneamente
deslumbrada, recorrendo aos grandes temas sociais, sem dúvida, mas envolvendo
as realidades descritas numa auréola de sonhos, crenças e rituais lendários que
bem podem estar na origem de uma nova mitologia literária."
A atribuição do Prémio Nobel da Literatura a Gabriel García
Marquez em 1982, representou não apenas a sua consagração internacional como
também a de toda a literatura americana em língua castelhana, tendo estado na
origem do reacender da polémica entre os defensores de Marquez e os
incondicionáveis de Borges. Esta discussão, nos termos em que foi colocada, não
tem para João de Melo qualquer sentido, opinião que justifica sublinhando três
"evidências" acerca da escrita de Gabriel García Marquez : em
primeiro lugar, este é talvez o oposto perfeito de Borges, "com a superior
vantagem de a sua obra, apesar de muito menos eclética do que a do argentino,
assumir em pleno e em risco, a ideologia do século". Por outro lado, a
originalidade do colombiano dificilmente se adapta às convenções e conceitos da
tradição literária bem-pensante.
Finalmente João de Melo destaca o carácter universal da obra
de Gabriel García Marquez, que o coloca entre os maiores criadores do século
XX, ao lado de Kafka, Camus, Hemingway e o próprio Borges.
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