sexta-feira, 16 de março de 2012

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Florbela Espanca
Florbela de Alma da Conceição nasceu a 8 de dezembro de 1894, em Vila Viçosa. A sua mãe chamava-se Antónia da Conceição Lobo e morreu algum tempo depois. Foi batizada como filha de pai incógnito. Teve uma infância sem falta de carinhos e a sua subsistência não foi ensombrada por insuficiências, que atingiam muitas das crianças que nasciam em circunstâncias semelhantes.
Mais tarde, descobriu quem era o seu pai e este não a deixou desamparada. Foi dele, João Maria, que recebeu o apelido de Espanca.
Ingressou no liceu de Évora. Num tempo em que poucas raparigas frequentavam estudos, e bonita como era, apesar de umas tantas vezes afirmar o contrário, punha à roda a cabeça dos colegas.
Florbela escreveu os seus primeiros poemas ainda na primária, naturalmente infantis, mas avançados em relação à idade. De algum modo, prenunciavam o que viria depois.
Esta precocidade contrastava com algum desajustamento futuro, quando a sua escrita divergia dos conceitos de poesia dos grupos do "Orfeu", "Presença" e outras tendências do designado "Modernismo", e que emergiam como as grandes referências literárias da época, das quais Florbela pareceria afastada.
Inicialmente não viveu com dificuldades económicas. Explicadora, trabalhou ensinando francês, inglês e outras matérias. Mais tarde, com vinte dois anos, estudou Direito na Universidade de Lisboa.
Publicou vários poemas em jornais e revistas não propriamente dedicados à poesia, como Noticias de Évora e O Século ou de circulação local.
Editou os seus primeiros livros, Livro de Mágoas em 1919, e em 1923 Livro de Soror Saudade, onde incluiu grande parte da produção anterior.
O Alentejo, locais ligados às suas origens e a Pátria foram referências em muitos dos seus poemas. Mas a sua escrita situou-se sobretudo no campo da paixão humana.
Casou-se três vezes. Do primeiro marido, Alberto Moutinho, usou o apelido em alguns escritos, nomeadamente correspondência. Do terceiro marido, Mário Lage, juntou o apelido à sua assinatura usual, nas traduções que efetuou. Do segundo, António Guimarães, não parece ter havido reminiscências explícitas nos escritos de Florbela.
No último ano de vida elaborou um "Diário", onde deixou anotações até escassos dias antes do trágico fim.
A morte, anunciada ao longo da sua escrita, ocorreu quando pôs fim à vida a 8 de dezembro de 1930, dia em que fez 36 anos, em Matosinhos, onde vivia. Aí foi enterrada, sendo mais tarde transladada para a sua terra natal.

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