quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

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Gabriel García Márquez
(Aracataca, 6 de março de 1928) é um escritor, jornalista, editor, ativista e político colombiano.
Recebeu o Nobel de Literatura de 1982 pelo conjunto de toda a sua obra, que entre outros livros inclui o aclamado “Cem Anos de Solidão”. Foi responsável por criar o realismo mágico na literatura latino-americana. Viajou muito pela Europa e vive atualmente em Cuba. Em 1 de abril de 2009 declarou que se aposentou e não pretende escrever mais livros.

Gabriel García Marquez e o Realismo Mágico Latino-Americano
João de Melo

Mais lido e estimado do que todos os escritores latino-americanos do seu escol e da sua geração, Gabriel García Marquez, hoje tão universal como os maiores mestres do romance moderno está entre os nomes gloriosos de toda a literatura e é uma das maiores figuras literárias do século.
A literatura latino-americana conheceu um processo de expansão e reconhecimento internacional que é um dos fenómenos mais interessantes da segunda metade do século XX. Gabriel Garcia Marquez encontra-se no centro deste verdadeiro "boom", que constituiu afinal uma nova vanguarda literária, exterior ao eixo parisiense tradicional. Teve porém, como todos os autores latino-americanos da sua geração, de passar pela aprovação da crítica europeia, nomeadamente a francesa, apesar da enorme popularidade que adquirira entre os leitores.
O segredo do que foi denominado "realismo fantástico", ou também "realismo mágico" reside, segundo João de Melo, na descoberta de uma prática ficcional "simples e simultaneamente deslumbrada, recorrendo aos grandes temas sociais, sem dúvida, mas envolvendo as realidades descritas numa auréola de sonhos, crenças e rituais lendários que bem podem estar na origem de uma nova mitologia literária."
A atribuição do Prémio Nobel da Literatura a Gabriel García Marquez em 1982, representou não apenas a sua consagração internacional como também a de toda a literatura americana em língua castelhana, tendo estado na origem do reacender da polémica entre os defensores de Marquez e os incondicionáveis de Borges. Esta discussão, nos termos em que foi colocada, não tem para João de Melo qualquer sentido, opinião que justifica sublinhando três "evidências" acerca da escrita de Gabriel García Marquez : em primeiro lugar, este é talvez o oposto perfeito de Borges, "com a superior vantagem de a sua obra, apesar de muito menos eclética do que a do argentino, assumir em pleno e em risco, a ideologia do século". Por outro lado, a originalidade do colombiano dificilmente se adapta às convenções e conceitos da tradição literária bem-pensante.
Finalmente João de Melo destaca o carácter universal da obra de Gabriel García Marquez, que o coloca entre os maiores criadores do século XX, ao lado de Kafka, Camus, Hemingway e o próprio Borges.

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