quarta-feira, 30 de março de 2011

Leitura a duas vozes

Integrada na Semana da Leitura, teve lugar na nossa biblioteca, no dia 24 deste mês, uma sessão de leitura a duas vozes que contou com a presença de professores, alunos e familiares, que brindaram os presentes com leituras de textos dos mais variados géneros. Algumas das leituras foram acompanhadas por um fundo musical proporcionado pelo som de uma guitarra.


segunda-feira, 28 de março de 2011

Feira do Livro

Decorreu, entre 22 e 24 de Março, a Feira do Livro, vocacionada prioritariamente para a comunidade escolar. Estiveram presentes mais de seis centenas de livros, a grande maioria usados, abarcando uma diversidade de títulos desde a literatura portuguesa à literatura estrangeira, passando pelos livros infanto-juvenis, pelos livros pedagógicos, pelos livros técnico-científicos, pela banda desenhada, entre outros.


Com esta iniciativa pretendeu-se promover o contacto dos leitores de diferentes idades com o livro e, deste modo, estimular o gosto pela leitura.

sexta-feira, 25 de março de 2011

A ladeira


Era uma vez dois homens. Um era alto, outro era baixo. Um era gordo, outro era magro. Um moreno, o outro ruivo. Um tinha a voz muito grossa e outro uma borbulha na ponta do nariz. Um chamava-se Manuel Francisco e o outro Francisco Manuel. E muito mais coisas poderia dizer de cada um deles. Mas o fundamental é que eram muito diferentes um do outro. Só numa coisa se assemelhavam: eram tremendamente teimosos.

Na terra onde viviam havia uma ladeira íngreme, inclinada, cheia de pedras e calhaus. Uma ladeira daquelas que a gente só sobe ou desce quando não pode deixar de ser.
Um dia, um dos homens ia a subir a ladeira quando o outro vinha a descê-la. Como é natural, encontraram-se a meio. Bem… a meio, a meio, exactamente a meio, não tenho a certeza se foi. Talvez tenha sido um bocadinho mais para cima ou um bocadinho mais para baixo. Para a nossa história esse pormenor não tem grande importância e, por isso, vamos fazer de conta que foi a meio.
Mais ou menos a meio da ladeira, os dois homens encontraram-se, pararam à frente um do outro e desataram a discutir. Um ia a subir e, por isso, achava que a ladeira era uma subida. O outro vinha a descer e, pelo contrário, garantia que se tratava de uma descida.
Sem chegar a acordo, sentaram-se ali mesmo no chão para tirar a questão a limpo. Quem os conhecesse, sabendo que eram homens de palavra fácil, capazes de inventar sólidas razões e grandes argumentos, logo via que aquela discussão ia demorar. E demorou.
Passaram-se sete dias e sete noites e a discussão não parava. Veio a Lua e foi-se o Sol, veio o Sol e foi-se a Lua e os dois homens a discutir. Nem o frio, nem o calor, nem a chuva os distraiu. Continuavam na mesma. Para um aquela ladeira era uma subida porque subia de baixo para cima. Para o outro era uma descida porque descia de cima para baixo.
A discussão continuou e continuou. À sétima noite começou a soprar um vento muito forte. Um vento tão forte e violento que arrancava terras, árvores e pedras e as atirava de um sítio para o outro. Um vento daqueles capazes de trabalhar lentamente séculos e séculos a fio, para mudar a face da Terra e transformar montes em covas fundas e buracos de meter medo nas mais altas montanhas.
O tempo passou. O vento mexeu com tudo. Mudou a paisagem. Transformou o mundo. Só os dois homens continuavam sentados no meio da ladeira sem darem por nada do que acontecia à sua volta. Estavam tão preocupados, cada um, em ganhar a discussão que não sentiram nem a chuva na pele, nem o frio nos ossos, nem o sol na moleirinha.
Passaram-se sete mil noites e sete mil dias, os homens a discutir e o vento a trabalhar.
A ladeira, a pouco e pouco, ia ficando diferente. A parte mais alta cada vez menos alta, e a parte mais baixa a crescer sem parar à custa de entulho, areia, calhaus e pedrinhas que a tornavam cada vez menos baixa.
Um belo dia, a parte de baixo e a parte de cima da ladeira ficaram iguais, da mesma altura e, portanto, a ladeira desapareceu. A terra ficou direitinha, lisa, uma planície que se estendia até perder de vista.
O vento, sem mais nada que fazer ali, foi trabalhar para outro lado. Os dois homens que, como eu já disse, eram muito teimosos, continuavam a discutir se a ladeira era uma subida que se descia ou uma descida que se subia.
A certa altura, olharam em volta, para um lado e para o outro, até onde a vista podia alcançar. Aperceberam-se então que a ladeira tinha desaparecido. Olharam um para o outro, levantaram-se, cumprimentaram-se e, cheios de orgulho, afastaram-se cada um em sua direcção, ambos seguros de que tinham ganho a discussão.
José Fanha, A Noite em que a Noite Não Chegou

Os mais de Fevereiro - Leitores

Os mais lidos em Fevereiro

Os mais vistos em Fevereiro

Chá com Letras

Realizou-se no passado dia 22 de Março mais uma sessão do "Chá com Letras" em que estiveram presentes alunos e professores do ensino nocturno. Desta vez o livro escolhido foi um clássico:"As aventuras de Huckleberry Finn" de Mark Twain. Foi um serão agradável de se passar, onde se falou do livro, dos seus personagens, do autor e se estabeleram algumas comparações entre a época em que o livro foi escrito e alguns dos acontecimentos recentes da sociedade actual.
A próxima sessão está agendada para 17 de Maio próximo.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Os pássaros

Os pássaros nascem na ponta das árvores
As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros
Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores
Os pássaros começam onde as árvores acabam
Os pássaros fazem cantar as árvores
Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se
deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal
Como pássaros poisam as folhas na terra
quando o Outono desce veladamente sobre os campos
Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores
mas deixo essa forma de dizer ao romancista
é complicada e não se dá bem na poesia
não foi ainda isolada da filosofia
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros
Quem é que lá os pendura nos ramos?
De quem é a mão a inúmera mão?
Eu passo e muda-se-me o coração

Ruy Belo 

sexta-feira, 18 de março de 2011

Estafeta da Leitura

No sentido de comemorar o Dia da Mulher realizou-se nos dias 10 e 11 de Março uma estafeta da leitura em que estiveram envolvidos alunos de várias turmas, quer do ensino básico, quer do ensino secundário. Cada turma escolheu os seus representantes que se deslocaram às salas de aulas onde leram poemas de diversos poetas dedicados à Mulher.


quarta-feira, 16 de março de 2011

Concurso de Máscaras de Carnaval

Realizou-se um Concurso de Máscaras de Carnaval promovido pela Biblioteca em colaboração com o grupo de Educação Visual e cuja participação, por parte dos alunos dos 7º e 8º anos, foi numerosa. Os alunos mostraram a sua criatividade e o seu bom gosto.


O júri, constituído pelos professores Vasco Silva, Hugo Batista e Fernando Costa, depois de analisar os vários trabalhos expostos, escolheu como os mais bem concebidos os seguintes trabalhos:

           1º Classificado - Ana Rita Taborda do 7º B


2º Classificado - Duarte Silva do 8º B    
              

 3º Classificado - Anabela Esquina do 8º B

terça-feira, 15 de março de 2011

É preciso ler! É preciso ler!

 No dia seguinte, o Joel esperou o Jorge na paragem do autocarro perto da escola:
            […] – Fizeste a minha ficha de leitura?
            – Fiz – disse o Joel. – Mas se calhar não devia. Não te fazia mal nenhum ler um livro.
            – Leio outro. Olha! Até sou capaz de ler esse tal policial que estás a ler, o dos crimes que acontecem mesmo.
            – Acabei-o ontem, é do melhor!
            Pior, muito pior foi o que se passou na aula de Português. A dra. Odete […] falou da necessidade e da importância da leitura e depois passou a interrogar os alunos sobre o livro recomendado. Calhou ao André, à Rosinha, à Inês, à Sara e ao Luís, o menino-prodígio, que contou a história toda numa espécie de resumo alargado e fez montes de considerações inteligentes e desnecessárias. Os outros sentiram-se todos desrespeitados. Como podia aquele tipo rebaixar-se tanto?
            Só o Jorge apreciou o tamanho daquele discurso do Luís. Agora já faltava pouco para tocar e ele não ia ser chamado. Assim, deixavam as fichas no fim e iam à vida. Estava salvo, pensava ele. Só que o tempo, nas aulas, passa muito devagarinho. E ainda houve tempo para ele:
            – Jorge! È a tua vez – disse a dra. Odete. – Lê a tua ficha e depois fala-nos da tua experiência de leitor.
            O Jorge levantou-se e olhou para o relógio. Faltavam menos de cinco minutos para tocar. Ou seja, uma eternidade.
            – Então? – disse a dra. Odete. – Estamos todos à espera.
            O Jorge não se apressou. Leu vagarosamente a ficha que o Joel lhe tinha preparado. […] Mas aquela página que ele tinha à frente não dava para cinco minutos de leitura. Quando acabou de a ler ainda faltavam três minutos para tocar. Se ao menos ele tivesse prestado atenção ao que os outros tinham dito, podia agora improvisar. Assim, começou a repetir o que estava na ficha e a acrescentar umas banalidades aflitivas:
            – Gostei muito deste livro, foi um dos que gostei mais, por todas aquelas coisas que eu já disse e até por algumas que disseram outros aqui. Mas pronto. A ficha era só uma página e não se podia pôr lá tudo o que tem o livro. O livro tem mais. As personagens, o enredo, o narrador, tudo muito bem feito. Há quem prefira um filme a um livro, mas eu não. Não cabe em nenhum filme do mundo tudo o que existe dentro de um livro.
            – Deixa lá isso e vai direito ao que interessa – pediu a dra. Odete com má cara. E o Jorge engoliu em seco:
            – Pois… O livro é bem feito. Vê-se que o autor não lhe escapou nada. Faz um retrato da vida daquela gente que andava por aqui no século passado, que só lido. Ficamos a saber como se vivia naquele tempo e como…
            – Avança! – ordenou a dra. Odete.
            O Jorge levantou-se e avançou para a professora.
            – Onde é que vais? – disse ela.
            O Jorge fitou a professora com os olhos arregalados, completamente confuso. Pois se ela o mandou avançar…
            O Jorge regressou ao lugar muito lentamente. À volta só se ouviam risinhos, mas ele não deu por nada. Olhou de soslaio para o relógio e pareceu-lhe que já passava da hora. Afinal tocava ou não tocava?
            Tocou no instante a seguir e o Jorge respirou fundo. Seguiu-se a habitual chinfrineira com todos a precipitarem-se para a saída. O Jorge recuperou o atraso e ganhou logo a dianteira, mas não lhe serviu de nada.
            – Jorge! Tu não sais! – gritou a dra. Odete. – ficas para falar comigo.
            O Jorge ficou, que remédio. O Joel piscou-lhe o olho a sorrir e desejou-lhe boa sorte. Depois esperou cinco minutos por ele cá fora, no corredor, e riu-se com vontade quando o viu chegar com cara de enterro.
            – Então? Bateu-te?
            – Ela descobriu que eu não li o livro. […] Vê lá! Até sexta-feira tenho de ler este e outro maior. Estou perdido! […]
            Três dias depois já o Jorge tinha lido aquele livro e ainda outro, do mesmo autor, que foi buscar a casa do Joel. O tal Ruben Galeano era mesmo bom. Os livros dele contavam histórias emocionantes que envolviam completamente os seus leitores. Os olhos corriam as linhas e as páginas sem se dar por isso. E os finais? Eram quase sempre inesperados, surpreendentes.
            Foi assim que o Jorge se descobriu um leitor.

Álvaro de Magalhães, O Assassino Leitor
 [excerto com supressões]

segunda-feira, 14 de março de 2011

Este mês sugerimos o filme...



I, Robot (em Portugal, Eu, Robot) é um filme futurista americano de ficção científica lançado em 16 de Julho de 2004 pela 20th Century Fox. "Eu, Robot" é baseado em uma história de Isaac Asimov, mais precisamente, nas famosas três Leis da Robótica criadas pelo escritor. Nos contos da série, Asimov brincava com as diferentes implicações da lógica das leis, criando situações absurdas e perigosas para os humanos envolvendo os robôs.
Sinopse
Em 2035 a existência de robôs é algo corriqueiro, sendo usados constantemente como empregados e assistentes dos humanos. Os robots possuem um código de programação chamado Lei da Robótica, que impede que façam mal a um ser humano. Esta lei parece ter sido quebrada quando o Dr. Alfred Lanning aparece morto e o principal suspeito de ter cometido o crime é justamente o robot Sonny. Caso Sonny realmente seja o culpado, a possibilidade dos robots terem encontrado um meio de quebrarem a Lei da Robótica pode permitir que eles dominem o planeta, já que nada mais poderia impedi-los de subjugar os seres humanos. Para investigar o caso é chamado o detective Del Spooner (Will Smith), e com a ajuda da Dra. Susan Calvin (Bridget Moynahan) precisam desvendar o que realmente aconteceu.

Este mês sugerimos o livro...

O Livro de Cesário Verde

Compilação póstuma de poesias de Cesário Verde escritas entre 1873 e 1886, organizada e posfaciada por Silva Pinto, da qual se fez uma primeira edição, em 1887, para oferta a amigos do escritor, e uma segunda edição, em 1901, destinada ao público. A edição princeps de O Livro de Cesário Verde é constituída por 22 composições, repartidas por duas secções, "Crise romanesca" e "Naturais", sem que se saiba se essa divisão obedeceu a indicações do próprio autor ou ao critério do compilador. Apesar de omitir várias poesias de Cesário contempladas em antologias posteriores, a recolha é representativa das várias tendências convergentes na obra poética do autor. Baseando-se na representação pictórica e na descrição plástica da realidade, apoiada no predomínio das sensações ("Lavo, refresco, limpo os meus sentidos./ E tangem-me, excitados, sacudidos,/ O tacto, a vista, o ouvido, o gosto, o olfacto!"), no que se aproxima do Parnasianismo e do Realismo, Cesário supera, todavia, a captação fotográfica do real, através de um processo de recriação poética que opera uma transfiguração do imediato: "Subitamente - que visão de artista ! -/ Se eu transformasse os simples vegetais,/ À luz do sol, o intenso colorista,/ Num ser humano que se mova e exista/ Cheio de belas proporções carnais?!" ("Num bairro moderno"). A estética anti-romântica e naturalista ("E eu que medito um livro que exacerbe,/ Quisera que o real e a análise mo dessem;") patenteia-se nos motivos da mulher soberba e impassível ("Deslumbramentos", "Frígida"), da cidade mórbida e industrial ("O sentimento dum ocidental", "Num bairro moderno"), ambos de influência baudelairiana, na correcção da subjectividade pelo distanciamento e a ironia ("Cristalizações"), na visão não convencional do campo, marcada pela experiência pessoal ("Em petiz", "De verão", "Nós", "De tarde"). Esta transmudação impressionista ou fantasista da realidade apoia-se num estilo inovador, precursor do Simbolismo, no qual, de entre muitos aspectos, salientaremos o uso da sinestesia ("Cheira-me a fogo, a sílex, a ferrugem;/ Sabe-me a campo, a lenha, a agricultura"), do advérbio ("Amareladamente, os cães parecem lobos"; "Um forjador maneja um malho, rubramente"), da hipálage ("Quando arregaça e ondula a preguiçosa saia"; "Um cheiro salutar e honesto a pão no forno") e do assíndeto ("Vê-se a cidade, mercantil, contente:/ Madeiras, águas, multidões, telhados!").
Em suma, a obra poética de Cesário Verde é caracterizada pelo domínio perfeito da língua, riqueza e precisão do vocabulário, rigor e originalidade na adjectivação. Recorrendo também ao verso e estrofe de características tradicionais, o autor cultivou fundamentalmente o soneto em versos decassílabos e alexandrinos, estes últimos, segundo o próprio, caracterizados pelo rigor geométrico e pela sobriedade. Tentando encontrar a "perfeição do fabricado" (parnasianismo) e transmitir " o ritmo do vivo e do real" (realismo), como um realizador cinematográfico, o autor, surpreendendo os instantâneos do quotidiano de Lisboa, regista o pulsar do coração da cidade que, vencendo "o Tempo e a Morte", resiste e sobrevive.

sábado, 12 de março de 2011

quinta-feira, 10 de março de 2011

quarta-feira, 9 de março de 2011

Este mês sugerimos Ouvir...

         Ivete Sangalo
Nasceu na Bahia, numa família de músicos. Começou a cantar ainda criança e, no colégio, aproveitava os intervalos para tocar viola. Nos saraus familiares, encarregava-se da percussão. Foi morar para Salvador aos dezassete anos, tendo trabalhado como modelo, mas não resistiu à paixão pela música que sempre foi seu sonho.

No início da sua carreira, começou por tocar em pequenos bares. Em seguida, realizou alguns concertos em cidades do interior da Bahia, chegando a apresentar-se em Pernambuco. Na cidade natal, Juazeiro, recebeu o convite para fazer a primeira parte do concerto de Geraldo Azevedo no teatro do centro de cultura João Gilberto.

De volta à capital baiana, foi convidada a participar num evento na cidade de Morro do Chapéu. Aí,  conheceu o produtor Jonga Cunha, fundador do Bloco Eva. Estava iniciado o reinado de Ivete na Banda Eva, com a qual lançou seis álbuns, vendendo mais de cinco milhões de cópias. Em 1992, a artista ganhou o troféu Dorival Caymmi de melhor intérprete. Aos poucos, a Banda Eva foi lançando alguns singles  de sucesso, como Flores, Beleza Rara, Levada Louca, Arerê, Pegue Aí, entre outros. Em 1997 a banda entrou para história da música brasileira, lançando Banda Eva Ao Vivo, que vendeu mais de 2 milhões de cópias, transformando a banda na maior do Brasil, chegando a fazer cerca de trinta concertos num mês. Rapidamente, o Brasil viu que à frente da banda não existia apenas uma cantora de carnaval, mas sim um grande talento. Com uma voz grave e um pouco rouca, Ivete mostrou que tinha talento, interpretando músicas dos mais variados estilos, tendo-se tornado a cantora de maior sucesso da actualidade.

A sua carreira a solo começou oficialmente no final da quarta-feira de cinzas de 1999, último carnaval dela com a Banda Eva. Entre Abril, Maio e Junho daquele ano, ela gravou as 14 faixas do CD a solo de estreia –  Ivete Sangalo. Com a carreira a solo, Ivete Sangalo já ultrapassou a marca de 8.500.000 discos vendidos.

Em seguida, lançou Beat Beleza, começando a sua digressão pelo Brasil em Salvador - ela começa sempre pela capital baiana como faz questão de frisar - no mesmo parque de exposições onde, no final de 2001, lançou o terceiro CD solo Festa.

Em Agosto de 2003 lançou o quarto CD a solo, Clube Carnavalesco, Inocentes em Progresso. Em Março de 2004, lançou o CD MTV ao Vivo Ivete Sangalo (gravado no Estádio Fonte Nova, a 16 de Dezembro de 2003, para mais de 100 mil pessoas) e, no final de 2005, lançou o CD Super Novas.
Em Portugal, Ivete Sangalo tornou-se conhecida durante o Rock in Rio 2004. A partir daí, a cantora começou a conquistar o país, fazendo digressões que passaram por Lisboa, Porto, Ilha da Madeira e outras cidades. Voltou no Rock in Rio 2006, no primeiro dia de evento (o mais concorrido), quando fez mais de cem mil pessoas pularem com sua música.

No dia 5 de Agosto de 2006 iniciou a digressão As Super Novas, com um grande espectáculo em Salvador que reuniu mais de 50 mil pessoas. Ivete Sangalo ganhou em 2006 os prémios de melhor cantora do ano e de melhor música com a grande balada Quando a Chuva Passar, sucesso no Brasil e em Portugal.

A 16 de Dezembro de 2006, Ivete reuniu mais de 64 mil pessoas num concerto no estádio do Maracanã, Rio de Janeiro. Em Março de 2007, Ivete Sangalo lançou o resultado desse show nos CD e DVD Multishow ao vivo - Ivete Sangalo no Maracanã, que além de vender mais de 50 mil cópias na pré-venda na internet, entrou directamente para o primeiro lugar do Top Brasil, no primeiro dia em que esteve nas lojas, com a fantástica marca de 250 mil discos vendidos em algumas horas. Em apenas quinze dias, o CD alcançou a disco de platina. O DVD com o mesmo nome, lançado juntamente com o CD, obteve o disco de platina no mesmo dia de lançamento no Brasil e entrou directamente para o segundo lugar do TOP português, evidenciando a fama da cantora brasileira por terras lusitanas. Foi nesse concerto que Ivete renovou o seu estilo musical, fazendo uma mistura de Axé Music, Reggae e música romântica. A sua performance mereceu-lhe elogios da crítica especializada, não só do Brasil como também de outros países da América.
Em Dezembro de 2010,  é editado em Portugal o registo gravado por Ivete Sangalo no Madison Square Garden, em Nova Iorque. Disponível em CD e DVD, o trabalho apresenta Ivete Sangalo ao vivo numa das salas mais emblemáticas do mundo.
Ivete Sangalo no Madison Square Garden contempla também participações de Nelly Furtado , Juanes, Dave Matthews  e Seu Jorge, entre outros. Numa actuação perante uma sala completamente esgotada, a noite do Madison Square Garden serviu para apresentar os grandes êxitos da cantora baiana, bem como músicas inéditas como o single Acelera Ae.

A Mulher Mais Bonita do Mundo

estás tão bonita hoje. quando digo que nasceram
flores novas na terra do jardim, quero dizer
que estás bonita.

entro na casa, entro no quarto, abro o armário,
abro uma gaveta, abro uma caixa onde está o teu fio
de ouro.

entre os dedos, seguro o teu fino fio de ouro, como
se tocasse a pele do teu pescoço.

há o céu, a casa, o quarto, e tu estás dentro de mim.

estás tão bonita hoje.

os teus cabelos, a testa, os olhos, o nariz, os lábios.

estás dentro de algo que está dentro de todas as
coisas, a minha voz nomeia-te para descrever
a beleza.

os teus cabelos, a testa, os olhos, o nariz, os lábios.

de encontro ao silêncio, dentro do mundo,
estás tão bonita é aquilo que quero dizer.

José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"

sexta-feira, 4 de março de 2011

Autor do mês

Alice Vieira

(Lisboa, 20 de Março de 1943) é uma escritora e jornalista portuguesa. Licenciou-se em Filologia Germânicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mas dedicou-se desde cedo ao jornalismo, tendo trabalhado nos jornais "Diário de Lisboa" (onde, juntamente com o jornalista Mário Castrim, dirigiu o suplemento "Juvenil") "Diário de Notícias" Actualmente trabalha para o "Jornal de Notícias" e para as revistas "Activa" e "Audácia" Também trabalhou em vários programas de televisão para crianças.


Desde 1979 tem vindo a publicar regularmente livros tendo, actualmente editados na Caminho, cerca de três dezenas de títulos.

As suas obras foram traduzidas para várias línguas, como o alemão, o búlgaro, o basco, o castelhano, o galego, o francês, o húngaro, o holandês, o russo e o servo-croata.

Recebeu em 1979, o Prémio de Literatura Infantil Ano Internacional da Criança com Rosa, Minha Irmã Rosa e, em 1983 com Este Rei que Eu Escolhi, o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil e em 1994 o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra. Recentemente foi indicada pela Secção Portuguesa do IBBY (International Board on Books for Young People) como candidata portuguesa ao Prémio Hans Christian Andersen. Trata-se do mais importante prémio internacional no campo da literatura para crianças e jovens, atribuído a um autor vivo pelo conjunto da sua obra.

Alice Vieira é hoje uma das mais importantes escritoras portuguesas para jovens, tendo ganho grande projecção nacional e internacional.

quarta-feira, 2 de março de 2011