Em 1957
Fernando namora publica o romance O Homem Disfarçado, que provoca acesas e
opostas reacções, tanto no meio médico como no meio intelectual.
Qual a possibilidade de trocarmos
uma pele construída milimetricamente a cada gesto, escolha, omissão? Qual é a
verdadeira pele? Até que ponto os movimentos mecânicos, a ganância, as
disputas, a mesquinhez e o medo da dor vão minando nossos espaços como seres
humanos?
Esses são os conflitos analisados
num texto que é uma crítica contundente à banalização da doença nas relações
diárias entre médicos, hospitais, pacientes e familiares.
O livro relata momentos da vida
de João Eduardo, profissional bem sucedido dentro dos padrões vigentes, mas com
a personalidade e os sentimentos pulverizados entre mundos inconciliáveis ou
cujo ponto de contato ultrapassa sua capacidade de ação.
Porque o livro também fala da
ação como agente transformador. E da incapacidade de agir que marca o nosso
quotidiano.
Uma obra em que Fernando Namora revela todas as suas capacidades de verdadeiro romancista para escrever sobre o amor, a morte e os pequenos nadas da vida humana. Por muitos considerada como a obra-prima deste autor. Um brilhante romance psicológico.
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