Natural da província de Sofala,
Cidade da Beira, na antiga colónia de Moçambique do Império Português, filho de
José da Paz Brandão Rodrigues dos Santos (Penafiel, 13 de Outubro de 1930 -
Janeiro de 1986), médico, e de sua mulher Maria Manuela de Campos Afonso Matos,
e mudou-se ainda bebé para a cidade de Tete onde permaneceu até aos nove anos,
convivendo com a Guerra Colonial. Tal como a esmagadora maioria dos
portugueses, alguns dos seus antepassados estiveram envolvidos na Primeira
Guerra Mundial, na Flandres e na Guerra Colonial em África, sendo que o seu
segundo romance, intitulado "A Filha do Capitão" é assumido como um
tributo que lhes é prestado.
Após a separação dos seus pais,
vai para Lisboa onde vive com a mãe. No entanto, as dificuldades económicas da
mãe levam-no a mudar-se para a residência do pai, em Penafiel, no norte de
Portugal. A difícil adaptação do pai a terras lusas motivou a partida para
Macau. Já no oriente, participa na elaboração de um jornal escolar, que
desperta o interesse dos responsáveis da rádio local e leva o jovem estudante a
ser entrevistado por uma jornalista que acabara de chegar a Macau: Judite de
Sousa, hoje outra bem conhecida jornalista portuguesa, atual funcionária da
TVI. Em 1981, aos 17 anos, o jovem José Rodrigues dos Santos inicia-se
verdadeiramente no Jornalismo, ao serviço da Rádio Macau.
Em 1983, regressa a Portugal para
frequentar o curso de Comunicação Social da Universidade Nova de Lisboa.
Terminado o curso, candidata-se a um estágio na BBC, (British Broadcasting
Corporation), a bem conhecida emissora britânica de televisão. A resposta é
positiva mas não lhe é concedido qualquer financiamento. Aplica então a herança
do pai, entretanto falecido, em três meses de experiência profissional em
Inglaterra.
Regressa a Portugal, onde obtém
duas distinções: o Prémio Ensaio do Clube Português de Imprensa, em 1986 e o
Prémio de Mérito Académico do American Club of Lisbon, em 1987. Devido a essas
credenciais é convidado pela BBC World Service para trabalhar em Londres, onde
fica durante três anos, até 1990.
Da BBC seguiu para a RTP, onde
começou a apresentar o noticiário "24 Horas". Em 16 de Janeiro de
1991, as forças coligadas de 28 países liderados pelos Estados Unidos da
América dão início ao bombardeio aéreo de Bagdad, no Iraque, dando início à
Primeira Guerra do Golfo. José Rodrigues dos Santos protagoniza então uma
maratona televisiva de cerca de 10 horas, sobre o ataque americano ao Iraque,
acabando posteriormente por se tornar o rosto mais conhecido da televisão
pública.
Em 1991 passou para a
apresentação do diário "Telejornal", o principal jornal diário da
televisão portuguesa, no ar já por quarenta anos, e tornou-se colaborador
permanente da CNN (Cable News Network), a cadeia norte americana de informação
em contínuo, de 1993 a 2002. Hoje continua a apresentar o Telejornal, em
conjunto com João Adelino Faria e Carlos Daniel.
Doutorado em Ciências da
Comunicação, com uma tese sobre reportagem de guerra, é professor da
Universidade Nova de Lisboa e jornalista da RTP, ocupando por duas vezes o
cargo de Diretor de Informação da televisão pública portuguesa. É um dos mais
premiados jornalistas portugueses, tendo sido galardoado, além dos prémios já
referidos, com o Grande Prémio de Jornalismo, em 1994, atribuído pelo Clube
Português de Imprensa. Internacionalmente, venceu três prémios da CNN: o Best
News Breaking Story of the Year, em 1994, pela história "Huambo
Battle" relacionada com a Guerra de Angola; o Best News Story of the Year
for the Sunday, em 1998, pela reportagem "Albania Bunkers"; e o
Contributor Achievement Award, em 2000, pelo conjunto do seu trabalho, aquele
que é considerado o Pullitzer do jornalismo televisivo.
José Rodrigues dos Santos é hoje
um dos jornalistas mais influentes para as novas gerações e no panorama
informativo nacional. No entanto, além da sua mais conhecida faceta como
jornalista, José Rodrigues dos Santos é também um ensaísta e romancista.
Especialmente nesta última vertente, tornou-se dos escritores portugueses
contemporâneos a alcançar maior número de edições com livros que venderam mais
de cem mil exemplares cada. Até ao final de 2007 publicou quatro ensaios e
cinco romances. O romance de estreia, intitulado "A Ilha das Trevas"
foi reeditado pela Gradiva, em 2007, atual editora do autor.
Em 2005, José Rodrigues dos
Santos estabeleceu um acordo com uma das principais editoras a operar nos
Estados Unidos da América, a Harper Collins, com o objetivo de lançar naquele
país a obra "O Codex 632". O livro foi apresentado na Book Fair
America de 2007 como um dos principais lançamentos daquela editora, estando
agendada a sua publicação para o dia 1 de Abril de 2008 sob a chancela da
William Murrow, um dos principais selos do grupo. O livro estará à venda na
Barnes & Noble e na Borders, as duas principais livrarias dos EUA.
Entretanto, outro acordo foi obtido pelo autor e e pela Gradiva com o Gotham
Group, uma empresa de Los Angeles ligada às principais produtoras de Hollywood,
tal como a Paramount, Twentieth Century Fox ou a Universal Studios, com o objetivo
de adaptar "O Codex 632" ao cinema. A acontecer, José Rodrigues dos
Santos será o segundo autor português, a seguir a José Saramago com
"Ensaio sobre a Cegueira", a ver uma obra ser transposta para o
cinema pelos estúdios de Hollywood.
Conforme é descrito no site da RTP, José Rodrigues dos Santos é
um homem que perante os sérios problemas de um mundo em constantes convulsões
não perde o sentido de humor, sendo-lhe atribuída a frase irónica: "Ainda
não percebo porque é que o meu boneco do Contra Informação tem as orelhas tão
grandes…"
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