sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Conto de Natal 2011

Este ano voltamos a realizar-se o tradicional concurso literário “CONTO DE NATAL 2011” organizado pela Biblioteca Escolar e ao qual concorreram vários alunos das turmas do ensino básico e do ensino secundário.
Os elementos do Júri, constituído pelos professores Celeste Rosado, Jorge Santos e Fernando Costa, reuniram-se para selecionar os melhores contos com vista à atribuição dos prémios aos melhores contos. Os premiados foram:
Rita  Rodrigues do 11º C com "Como voa o Pai Natal" - Secundário
Ana Taborda e Maria Duarte do 8º A com "O rapto do Pai Natal" - 3º ciclo
Todas estas alunas serão contempladas com a oferta de um livro.
Parabéns a todos os alunos participantes e um bem-haja aos professores que colaboraram nesta iniciativa.
Publicam-se em baixo os contos vencedores.


Como voa o Pai Natal?
A campainha fez-se soar pela última vez e Alice depressa fechou os livros, meteu-os na mochila, despediu-se da professora e lançou-se porta fora. Corria pelos corredores com os cabelos esvoaçantes apanhados com fitas de cetim cor-de-rosa, da mesma cor do seu nariz.
Ao vê-la a correr o porteiro, o Sr. Emílio, gritou-lhe: Veja lá menina Alice não perca o comboio!
Alice sorriu-lhe. Ela tinha mesmo de apanhar o comboio, ia passar o natal a casa da avó no Porto. Para chegar mais depressa à estação atravessou o jardim.Com a perícia do costume saltou todas as poças. Queria chegar impecável a casa da avó! Só faltava saltar uma poça, e nem era uma das grandes, quando o Pedro, um rapaz moreno de olhos azuis como o céu, lhe acenou e disse: Adeus Alice! Feliz Natal!
Nesse momento perdeu toda a concentração, o seu coração batia tão depressa que nem conseguiu pensar, acenou-lhe e meteu os dois pés dentro da poça.
Chegou à estação com as meias ensopadas, brancas nos joelhos e bege nos pés. Passou a viagem a pensar no que iria dizer a avó, decerto que se lhe explicasse o ocorrido ela entenderia, afinal eram uns olhos azuis como o céu!
Chegou a casa da avó já o ponteiro pequeno batia no 3. Tinha umas mãos tão finas que as conseguiu meter entre as frechas do portão e puxar o trinco. Entrou e tentou tocar à campainha, mas a avó já a esperava atrás da porta e abriu-a nesse instante. Deu-lhe um abraço de suster a respiração e muitos daqueles beijos repenicados de avó. Nem reparou nas meias!
A casa estava enfeitada de fitas douradas e vermelhas e o cheiro a borrego assado pairava no ar.
-Deixa as malas, Alice! Temos que ir às compras e deixar as cartas no correio! Não te esqueças das tuas! – Disse-lhe a avó
Todos os anos Alice escrevia ao pai natal e todos os anos pedia o mesmo: amor na vida e uns daqueles chocolates de papel dourado e castanho. Ela não ligava às bonecas, preferia as pessoas. Para quê imaginar uma história de amor com cavalos brancos com uma boneca se podia vive-la?
Mesmo não pedindo nada para além dos chocolates o Pai Natal deixava sempre mais alguma coisa. Este ano, estava decidida a esperar por ele. Queria conhecê-lo e saber como voava. Tinha quase a certeza que era magia.
A noite caiu e Alice e a avó foram jantar. No centro da mesa estava o borrego numa cama verde com um travesseiro amarelo. Durante o jantar Alice não prestou atenção ao que a avó lhe dizia. Estava a tentar encontrar um lugar para se esconder e esperar o Pai Natal e a avó acabou por recomendar que acabasse o jantar e se fosse deitar. Tinha sido um longo dia.
Alice depressa subiu ao quarto e depressa desceu. Pôs-se entre o sofá e a árvore à espera do Pai Natal mas quando soou a meia-noite já estava a dormir.
Nesse momento o Pai Natal descia pela chaminé e qual não foi o seu espanto quando finalmente entrou na sala e se deparou com Alice a dormir no chão.
Pegou-lhe ao colo e levou-a para a cama. Debaixo da árvore deixou-lhe a caixa dos bombons de papel dourado e castanho, um cavalo branco de peluche e um cartão.
Alice acordou com o nascer do dia. Abriu os olhos e viu que estava no quarto. Sentiu alguma desilusão por não ter conhecido o Pai Natal, sentimento que depressa desapareceu ao ouvir a avó a chamar para ir ver o presentinho. Então a menina de cabelo esvoaçante atado com fitas de cetim cor-de-rosa saltou da cama desceu as escadas e dirigiu-se à árvore.
A primeira coisa que fez foi ler o cartão
“ Querida Alice, é com magia que vôo, com a magia dos teus sonhos e dos teus sorrisos!
Votos de um Feliz Natal!
Pai Natal”
Os olhos de Alice iluminaram-se mais que uma estrela e no seu rosto nasceu um sorriso rasgado de felicidade. Era de facto um feliz natal!



C
O rapto do Pai Natal
          Começavam os preparativos para a celebração mais esperada do ano; o Natal. As crianças sorriam e os adultos andavam de loja em loja com o prazer de escolher os presentes para oferecer aos seus familiares e amigos. Pais Natal disfarçados animavam as ruas da cidade. As luzes brilhavam e tudo parecia correr bem. Enquanto isto, o Pai Natal atarefado acabava de construir, com a ajuda dos seus duendes, os mais diversos brinquedos.
                   Gustavo, um duende, tentava a todo o custo animar as tristonhas renas.
                   — Rodolfo que se passa contigo e com as outras renas?
                  — É que nós renas, prevemos o que irá acontecer e não estou convencida que o pai Natal esteja em segurança.                                                                                                                                             
De repente o narizinho o narizinho do Rodolfo começou a brilhar.
— Ho! Ho!, isto não é bom sinal, algo de muito mau está para acontecer.
Entretanto...
— Tiago despacha-te, estou com pressa, tenho que ir ter com o Afonso e com a Maria, tenho uma notícia bombástica para lhes contar.
No problem, temos tempo.
— Corre!
Ao chegar a casa dos irmãos Maria e Afonso, a Carolina, com a pressa bate com a cabeça e cai no chão.
— Estás bem pergunta a Carolina? - perguntou a Maria.
— Melhor do que bem, tenho uma notícia para vos contar.
— Meninos, meninos venham cá ver o que está a dar na televisão.
Na televisão o jornalista dizia:
— ...foi triste o que aconteceu, mas o Natal está em perigo, o raptor ainda não deu a conhecer a quantia do resgate que quer por uma figura tão mediática no mundo: o pai natal.
— O quê?! - gritámos tomos em uníssono.

...E o jornalista prosseguiu:
— Quem quiser ajudar as autoridades a descobrir o paradeiro do pai natal contacte: 555-555-551.
               Os quatro amigos ficaram com cara de caso já a pensarem numa maneira de salvar o     pai natal.
— Nem pensei nisso! - disse o pai da Maria e do Afonso com um dedo a apontar para a cara dos quatro amigos.
      — Porquê? Nós comportamo-nos tão bem. - respondeu o Afonso com ar de cãozinho abandonado.
— Se vocês comportam-se bem o Capitão Gancho é um "santo".
Mal o pai virou costas, a Carolina queria lá saber do que o pai dizia, queria era salvar o Natal.
O Tiago agarrou no telefone e ligou:
— Estou, fala para o Centro de Assistência aos Raptos Natalícios.
— Fala sim, que deseja saber?
— Nós queremos descobrir o parcadeiro...
— Paradeiro, responderam os outros três amigos.
— Ou isso, vai tudo dar ao mesmo.
— Claro, o raptor acabou de dar uma pista, anunciou a assistente que falava com o Tiago ao telefone.
A pista é a seguinte:
— O pai natal está bem,
Mas só para já
Dêem um passo para a frente, um passo para trás e três para o lado, vão dançar o "Chá Chá chá".
— Já sei o pai natal está a beber um chá.
— Não sejas tolo, Tiago!
— Então Ele está a passar na passadeira com tantos espaços.
— Não! o pai natal está na academia de dança!
— E lá foram correr até à academia.
— Onde vão? Pergunta o pai.
— Vamos...vamos...à pizzaria comprar relógios! Respondeu o Tiago.
-Comprar relógios? – Pergunta a Carolina
- Olha foi a única coisa que me saiu!
Lá foram eles a correr até á academia para salvar o pai natal pelo caminho viram um alvoroço nas ruas, e claro o assunto de tamanha confusão era o rapto do pai natal.
Ao chegarem à porta estavam as renas e o duende Gustavo ansiosos com o decorrer do acontecimento. O Gustavo perguntou:
- Quem são vocês? O que querem?
- Nós somos a Maria, o Afonso, a Carolina e o Tiago e viemos para salvar o Pai Natal. – Anunciaram todos.
- Olá eu sou o mais fiel duende do pai natal, o Gustavo e também vim para salvar o pai natal mas o raptor não nos deixou entrar.
- ok, mas nós estamos empenhados e vamos tentar na mesma! – Respondeu a Maria
- Obrigada  - respondeu o Gustavo
Entraram e viram logo o raptor com o pai natal. O raptor mal os viu gritou:
- Quem vem lá? Não vão conseguir levar o pai natal nunca muhahahaha!
- Nós viemos para salvar um dia que faz a alegria de todas as pessoas e especialmente das crianças! Viemos salvar o pai natal! – Argumentou o Afonso
- Nunca, o vão levar! Se ele nunca me deu o que eu queria, nunca mais dará a ninguém! – Respingou o raptor
- E o que queria você? – Perguntou o pai natal aflito
- Eu…Eu…Eu queria amigos, família, e sentimentos de carinho para comigo!
- Liberta o pai natal que nós vamos ajudar-te! – Responderam os amigos
- Asseriu? Ajudam mesmo?   
- Ajudamos!
O raptor que mais tarde disse que se chamava Paulo Sentimentos, libertou o pai natal e entregou-se ás autoridades com a confirmação de que na prisão iria ter amigos e um sitio onde passar o Natal. O pai natal agradeceu muito aos quatro amigos que  voltaram para casa invadidos por uma tamanha felicidade por terem sido os grandes heróis que salvaram o Natal.
- Bom, até amanhã! – Despediu-se a Carolina
- Até amanhã! – Afirmou o Tiago
- Xau – responderam os irmãos Maria e Afonso
Durante esta despedida ouvem-se sininhos no ar e numa vós grossa ouve-se alguém gritar:
- Ho ho ho Feliz Natal!
E assim foi o natal
Dos quatro inseparáveis amigos
Ficaram orgulhosos
E para sempre foram unidos!
Feliz Natal!


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