segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Farta de receber ordens

             Era uma vez uma menina que estava farta de estar em casa. Farta, farta, farta que a mandassem para a escola; farta, farta, farta que se zangassem com ela para comer; farta, farta, farta que a obrigassem a vestir o que não queria e farta, farta, farta de não mandar nada em ninguém e toda a gente mandar nela!
            Além disso, a menina estava amuada desde que tinha nascido, por lhe terem chamado Cátia Vanessa, quando preferia mil vezes que a tivessem baptizado como Penélope.
            Um dia queixou-se à mãe:
            - Mãe estou farta, farta, farta! Quero outra vida, quero mandar muito!
            E a mãe desatou-se a rir (os adultos às vezes riem nas alturas mais estúpidas) e respondeu:
            - Então faz-te à vida, filha: arranja casa e emprego, e depois mandas em quem quiser obedecer-te.
            A Cátia Vanessa, ou Penélope como gostava de se imaginar, foi ter com o pai e repetiu-lhe a pergunta:
            - Pai, pai, estou farta, farta, farta desta casa…
            O pai, que estava a aparafusar uma estante, olhou para ela lá de cima, e disse-lhe:
            - Ó minha amiga, põe a trouxa às costas e faz-te à vida!
            Estava tudo doido naquela casa, pensou a Cátia Penélope Vanessa. E, ainda por cima, o pai e a mãe tinham aquela irritante mania de dizerem sempre a mesma coisa, mesmo quando não estavam juntos. Se fossem os pais dos seus amigos tinham-se atirado aos pés dos filhos a pedir-lhes para não se irem embora, a prometerem presentes se ficassem… mas os pais da Cátia Vanessa tinham dito, mais coisa menos coisa:
            - Se não estás bem, muda-te!
            Era demais! Agora ia mesmo fugir de casa, e depois é que os pais haviam de ver!
            Pegou numa mala e atirou as suas coisas mais preciosas lá para dentro: uma camisa de noite, a t-shirt com o golfinho que mais gostava, uma bolsinha com moedas de ouro que a avó, mãe da mãe, lhe tinha dado em pequenina, e duas escovas de prata, herdadas da avó mãe do pai, que já tinha morrido. Depois, bateu a porta com o maior estrondo que pôde e começou a descer a rua, com um passo rápido. De vez em quando olhava por cima do ombro: de certeza que, com aquela barulheira, os pais tinham percebido que fugira e vinham atrás dela…
            Mas, estranhamente, nada. E a Cátia Penélope Vanessa teve de virar a esquina, sabendo que nenhuma pessoa grande estava com ela… quando se viu naquela rua onde nunca tinha estado sozinha, sentiu-se um bocadinho assustada. Assustada porque se tinha esquecido de pensar para onde ia. Não podia ir para casa de avós, nem de tios, nem de amigas, porque, se não, ligavam logo aos pais a dizer onde ela estava, e assim eles não se assustavam.
            Sentou-se num degrau e pensou e pensou… Uma velhinha de lenço preto na cabeça, que ia a passar, parou para lhe falar:
            - Perdeste-te menina? – perguntou a senhora.
            A Cátia deu um salto e agarrou-se com mais força à sua mala. Mas, como fora da casa era bem-educada (a maioria das pessoas são mais educadas fora de casa, vá-se lá saber porquê!), respondeu:
            - Eu fugi de casa, mas não tenho para onde ir.
            E a velhinha, tentando esconder o sorriso, perguntou, curiosa:
            - Porque é que fugiste?
            Aí a menina ficou um bocado envergonhada:
            - Porque queria mudar muito! E porque estava farta de receber ordens de toda a gente… – murmurou baixinho. – E então os meus pais disseram para ir procurar alguém que obedecesse às minhas ordens, porque na casa deles mandavam eles. É injusto!
            A Velhinha ficou muito séria. Pensou e depois respondeu:
            - Já sei! Tenho exactamente aquilo que precisas. Espera aqui um bocadinho que já volto.
            E a menina Cátia esperou, porque também não tinha para onde ir. E, minutos depois, a velhinha voltou com um cachorrinho pequenino, de um castanho muito clarinho, orelhas compridas e um focinho com bigodes. E disse:
            - É para ti. Assim não vais sentir-te sozinha, e podes mandar nele. Mas manda bem, porque os cães sabem muito bem o que é justo e o que não é. E se não for, é natural e bem feito que te dê uma dentada. Mas se for bem mandado, dá-te lambidelas e salta para brincar contigo.
            A Cátia Penélope Vanessa ficou muito, muito contente. Disse obrigada várias vezes e voltou a subir a rua inclinada até à porta de casa. E agora, como é que ia voltar sem que fizessem troça dela? E se estivessem zangados? Mas, mesmo antes de ter tido tempo de abrir a porta, a porta abriu-se e a mãe agarrou-a ao colo, e apertou-a com muita força:
            - Minha pateta, ainda bem que voltaste! Não conseguíamos viver sem ti!
            E o pai desceu do escadote, atirou-a ao ar e disse:
            - Não voltes a fugir, está bem?
             E a Cátia mostrou-lhes o cão pequenino, e a mãe e o pai disseram que sim, que podia ficar com ele, desde que lhe desse de comer, o levasse ao veterinário e a passear à rua, o educasse a não fazer chichi dentro de casa e a não morder, e a obedecer às ordens dos donos. A Cátia olhou espantada:
            - Mas isso é o que vocês fazem comigo!
            Desataram todos a rir e a Cátia Penélope Vanessa decidiu que pelo menos um erro não ia repetir: não ia baptizar o cão com um nome de que ele não gostasse. Por isso perguntou-lhe como é que ele queria chamar-se. Como ele respondeu «Ão-ão», foi «Ão-ão» que foi baptizado.


Isabel Stilwell, Histórias para contar em minuto e meio

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Poesia popular

Nos dias 11 e 15 de Fevereiro deslocaram-se à nossa biblioteca os poetas populares Dº Lídia Vaz, Sr.º Luís Ricardo e  Sr.º Manuel Augusto Francisco, que recitaram diversos poemas da sua autoria perante uma plateia constituída pelos alunos das turmas do 7º ano. Os mais novos não quiseram deixar de mostrar a sua veia poética e também leram versos da sua autoria para os nossos convidados. A todos eles o nosso obrigado pela sua presença bem como à Biblioteca Municipal que tornou possível a vinda destes simpáticos poetas populares.





segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dia Internacional da Língua Materna

Celebra-se hoje, 21 de Fevereiro, o Dia Internacional da Língua Materna,   proclamado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em 17 de Novembro de 1999.

A data, reconhecida formalmente pela Assembleia Geral das Nações Unidas, é comemorada desde Fevereiro de 2000 com o objectivo de promover a diversidade linguística e cultural e o plurilinguismo.

Esta comemoração impulsionou, assim, os esforços dessa organização internacional para proteger as quase seis mil diferentes línguas existentes no mundo e, ao mesmo tempo, preservar a diversidade cultural.

No mundo, mais de 235 milhões de pessoas falam Português, que é também a língua oficial de oito países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
A língua portuguesa é o 6º idioma mais falado no mundo. Além do português, Portugal tem mais duas línguas oficiais: o mirandês e a língua gestual portuguesa.

 O Conselho Geral, órgão supremo da UNESCO, reconheceu o papel que tem a língua materna, não só no desenvolvimento da criatividade, da capacidade de comunicação e na elaboração de conceitos, como também no facto de que as línguas maternas constituem o primeiro vector da identidade cultural.

Numa mensagem, por ocasião da data, a UNESCO considera que, como verdadeiros mananciais de conhecimento, as línguas também são o ponto de partida básico na busca por maior sustentabilidade no desenvolvimento e, para criar relações mais harmónicas com o meio ambiente e com as mudanças.

“As línguas maternas têm um papel fundamental em nossas vidas, pois são o meio pelo qual verbalizamos o mundo pela primeira vez, sendo as lentes pelas quais começamos a entendê-lo. O Dia Internacional da Língua Materna é o momento de reconhecer a importância destas e de nos mobilizarmos pelo plurilinguismo e pela diversidade linguística”, lê-se na mensagem.

Segundo o documento, as línguas oferecem o suporte lógico para o uso das tecnologias de informação e da comunicação que, por sua vez, representam uma nova fronteira para promover a diversidade linguística.
  
Este ano, a data comemora-se sob o lema “Todas as línguas têm vínculos com suas origens e seus empréstimos, mas cada língua é uma fonte única de significado para entender, escrever e expressar a realidade”.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

É urgente o amor

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade

Autor do mês

Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto, no seio de uma família aristocrática, e aí viveu até aos dez anos, altura em que se mudou para Lisboa. De origem dinamarquesa por parte do pai, a sua educação decorreu num ambiente católico e culturalmente privilegiado que influenciou a sua personalidade. Frequentou o curso de Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em consonância com o seu fascínio pelo mundo grego (que a levou igualmente a viajar pela Grécia e por toda a região mediterrânica), não tendo todavia chegado a concluí-lo.
O ambiente da sua infância reflecte-se em imagens e ambientes presentes na sua obra, sobretudo nos livros para crianças. Os verões passados na praia da Granja e os jardins da casa da família ressurgem em evocações do mar ou de espaços de paz e amplitude. A civilização grega é igualmente uma presença recorrente nos versos de Sophia, através da sua crença profunda na união entre os deuses e a natureza, tal como outra dimensão da religiosidade, provinda da tradição bíblica e cristã.
A sua actividade literária pautou-se sempre pelas ideias de justiça, liberdade e integridade moral. A depuração, o equilíbrio e a limpidez da linguagem poética, a presença constante da Natureza, a atenção permanente aos problemas e à tragicidade da vida humana são reflexo de uma formação clássica, com leituras, por exemplo, de Homero, durante a juventude. Colaborou nas revistas Cadernos de Poesia (1940), Távola Redonda (1950) e Árvore (1951) e conviveu com nomes da literatura como Miguel Torga, Ruy Cinatti e Jorge de Sena.
Na lírica, estreou-se com Poesia (1944), a que se seguiram Dia do Mar (1947), Coral (1950), No Tempo Dividido (1954), Mar Novo (1958), O Cristo Cigano (1961), Livro Sexto (1962, Grande Prémio de Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores), Geografia (1967), Dual (1972), O Nome das Coisas (1977, Prémio Teixeira de Pascoaes), Navegações (1977-82) e Ilhas (1989). Este último voltou a ser publicado em 1996, numa edição de poemas escolhidos acompanhada de fotografias de Daniel Blaufuks. Em 1968, foi publicada uma Antologia e, entre 1990 e 1992, surgiram três volumes da sua Obra Poética. Seguiram-se os títulos Musa (1994) e O Búzio de Cós (1997). Colaborou ainda com Júlio Resende na organização de um livro para a infância e juventude, intitulado Primeiro Livro de Poesia (1993).
Em prosa, escreveu O Rapaz de Bronze (1956), Contos Exemplares (1962), Histórias da Terra e do Mar (1984) e os contos infantis A Fada Oriana (1958), A Menina do Mar (1958), Noite de Natal (1959), O Cavaleiro da Dinamarca (1964) e A Floresta (1968). É ainda autora dos ensaios Cecília Meireles (1958), Poesia e Realidade (1960) e O Nu na Antiguidade Clássica (1975), para além de trabalhos de tradução.
Em 1994 recebeu o Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores e, no ano seguinte, o Prémio Petrarca, da Associação de Editores Italianos. O seu valor, como poetisa e figura da cultura portuguesa, foi também reconhecido através da atribuição do Prémio Camões, em 1999, sendo a primeira mulher a receber este importante galardão.
Sophia faleceu aos 84 anos, no dia 2 de Julho de 2004.
Recentemente, o seu espólio foi doado á Biblioteca Nacional, onde se encontra patente, até 30 de Abril, uma exposição sobre a vida da autora.

Este mês sugerimos o livro...

“Livro” é o romance mais recente de José Luís Peixoto, vencedor do prémio literário José Saramago em 2001 pelo romance “Nenhum Olhar”, editado pela Quetzal e já se encontra disponível na nossa biblioteca. Deixamos aqui a sinopse, bem como um excerto da crítica publicada no Jornal de Letras aquando da sua edição.

Sinopse:

"Este livro elege como cenário a extraordinária saga da emigração portuguesa para França, contada através de uma galeria de personagens inesquecíveis e da escrita luminosa de José Luís Peixoto. Entre uma vila do interior de Portugal e Paris, entre a cultura popular e as mais altas referências da literatura universal, revelam-se os sinais de um passado que levou milhares de portugueses à procura de melhores condições e de um futuro com dupla nacionalidade. Avassalador e marcante, "Livro" expõe a poderosa magnitude do sonho e a crueza, irónica, terna ou grotesca, da realidade. Através de histórias de vida, encontros e despedidas, os leitores são conduzidos a um final desconcertante onde se ultrapassam fronteiras da literatura. "Livro" confirma José Luís Peixoto como um dos principais romancistas portugueses contemporâneos e, também, como um autor de crescente importância no panorama literário internacional."

Crítica por Miguel Real in Jornal de Letras

 (…)
“Se deveras não nos irritasse o prefixo da palavra "pós-modernismo" (uma mera moda literária que preenche a ausência da palavra correcta que a todos nos falta para designar a literatura de hoje), estaríamos tentados a classificar Livro como o grande romance do pós-modernismo português. Preferimos, antes, chamar a atenção do leitor para o facto, iniludível, de que, com Livro, se inicia a maturidade literária de um grande escritor.”

Este mês sugerimos Ouvir...

MUSE

Os Muse são uma banda de rock alternativo britânica, composta por Matthew Bellamy (voz, guitarra e piano), Christopher Wolstenholme (baixo, voz secundária e teclado) e Dominic Howard (bateria e percussão). Formada em 1994, a banda, antes de se denominar Muse, teve dois nomes diferentes - Gothic Plague e Rocket Baby Dolls.
O seu primeiro CD – “Showbiz” – foi lançado a 3 de Outubro de 1999. O álbum foi bem recebido pela crítica e os singles ‘Muscle Museum’, ‘Showbiz’ e ‘Unintended’ tiveram algum sucesso dentro e fora do Reino Unido. Nessa altura, surgiram comparações com outro grupo britânico, os Radiohead, mesmo não sendo uma influência para a banda. Segundo Matthew Bellamy, as influências da banda são, entre muitos outros, Jeff Buckley, Queen e Rage Against the Machine.
Dois anos depois, a 17 de Junho de 2001, lançaram o segundo CD – “Origin Of Symmetry”, que teve um sucesso ainda maior que “Showbiz” e fez com que a banda iniciasse uma tournée a nível mundial. A música “Plug In Baby” conseguiu alcançar o 11º lugar nos tops britânicos, e “New Born”, o 12º.
A 30 de Junho de 2002, lançaram o DVD “Hullabaloo Live at Le Zenith”, que regista um concerto inteiro gravado em Paris. Lançaram também um CD duplo com o nome “Hullabaloo Soundtrack”, com parte do concerto e uma selecção de b-sides gravados pela banda entre Março de 1999 e Outubro de 2001.
O seu terceiro álbum, intitulado “Absolution”, saiu a 21 de Setembro de 2003 e foi nº1 no Reino Unido. Os singles “Time Is Running Out” e “Hysteria” foram sucessos imediatos, entrando para as playlists da maioria dos canais de música e rádios e, consequentemente, a banda fez outra grande tournée.
A 12 de Setembro de 2005 foi lançado o DVD “Absolution Tour”, contendo o concerto dado no Festival de Glastonbury a 27 de Junho de 2004 e alguns vídeos de concertos feitos durante a tournée americana.
Em 2006, a 2 de Julho, lançaram o álbum “Black Holes and Revelations”, e, assim como o seu antecessor, entrou directamente para o 1º lugar nos tops britânicos. O primeiro single retirado do álbum foi “Supermassive Black Hole”, que atingiu o top 5 do Reino Unido.
Durante a tournée de ‘Black Holes And Revelations’, a banda deu dois concertos no estádio de Wembley, para celebrar a sua reinauguração. É assim editada mais uma gravação ao vivo, o “Haarp”, lançado em CD e DVD a 17 de Março de 2007, contendo grande parte da apresentação do concerto.
 “The Resistance”, o quinto álbum, chegou até nós no dia 14 de Setembro de 2009 e alcançou o 1º lugar na lista dos discos mais vendidos no Reino Unido na sua semana de lançamento. Em Portugal, é disco de ouro, estando há 56 semanas no top dos discos mais vendidos.
Com o lançamento deste álbum, os Muse iniciaram uma nova tournée mundial, que passou por Portugal duas vezes (Pavilhão Atlântico e Rock in Rio).
 Recentemente, receberam o grammy de melhor álbum rock por “The Resistence”.

DISCOGRAFIA

Álbuns de estúdio: Showbiz, Origin of Symmetry, Absolution, Black Holes and Revelations, The Resistence;
EP: Muse, Muscle Museum, random 1-8;
Demos: This is a Muse Demo, Newton Abbot Demo, 2 Tracks
Álbuns ao vivo: HAARP;
Compilações: Hullaballoo Soundtrack;
DVD: Hullabaloo Live at Le Zenith, Absolution Tour, HAARP.

Este mês sugerimos o filme...

Invictus

Recentemente eleito Presidente, Mandela sabia que a nação continuava racista e economicamente dividida, fruto do apartheid. Acreditando que poderia unir o seu povo através da linguagem universal do desporto, Mandela apelou à equipa de rugby, que fez uma improvável caminhada até à Final do Campeonato do Mundo de 1995.
Clint Eastwood (eleito melhor realizador pela National Board Review de 2009) realiza de forma soberba um filme inspirador sobre uma equipa e um povo unidos por um objectivo maior. Numa interpretação que lhe valeu um prémio NBR para melhor actor e uma nomeação para Óscar, Morgan Freeman intrepreta Mandela, o homem que pede ao capitão da equipa nacional de rugby (Matt Damon, nomeado para Óscar na categoria de melhor actor secundário) e à sua desmotivada equipa, para fazer o impossível e ganhar o Campeonato do mundo. Uma equipa, um país. A linguagem universal do desporto nunca falou de forma tão emocionante como em Invictus de Eastwood.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Dia de S. Valentim



No dia 14 de Fevereiro, na Biblioteca, celebrou-se o Dia de S. Valentim, padroeiro dos namorados, com uma sessão de declamação de poesia alusiva à efeméride. Estiveram presentes e participaram alunos dos vários anos escolares, que leram vários poemas em Português, Espanhol e Inglês.
Durante a sessão foi entregue ao aluno José Nunes um prémio pelo seu poema “A perfeição”, que o mesmo leu, e que fará parte do conjunto de poemas a apreciar pelo júri do concurso nacional "Faça lá um poema!".



Na biblioteca estiveram presentes os tradicionais “marcos de correio” em que os alunos depositaram as suas cartas, em vários idiomas, que os professores posteriormente fizeram chegar aos seus destinatários.

Paralelamente, o grupo de Matemática organizou uma actividade de Origami no átrio da escola, também alusiva à efeméride, e que contou com uma forte adesão por parte dos alunos.


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Internet Segura

Com o fim de assinalar o Dia Europeu da Internet Segura, cuja data foi a 8 de Fevereiro, a Biblioteca Escolar, divulgou, durante a semana de 07 a 11, um conjunto de vídeos às turmas do 7º e 9º anos, que abordavam diversas situações relacionados com a segurança na Internet.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

DIA DE S. VALENTIM

Sábado, 14 de Fevereiro

DIA DE S. VALENTIM

Só recebi um cartão de S. Valentim. Estava escrito com a letra da minha mãe, por isso não conta. A minha mãe recebeu uma carta enorme, tão grande que teve de vir uma carrinha dos correios entregá-la à porta. Ela ficou toda vermelha quando abriu o envelope e viu o cartão. Foi impecável. Tinha um elefante enorme de cetim a segurar um ramo de flores de plástico e com uma bola a sair da boca que dizia: «Olá, coisa fofa! Nunca te vou esquecer!» Não havia nome lá dentro, só desenhos de corações com «Pauline» escrito dentro de cada um. O cartão do meu pai era muito pequeno e tinha um molho de flores roxas à frente. O meu pai tinha escrito lá dentro: «vamos tentar de novo.»

Aqui está o poema que eu escrevi dentro do cartão da Pandora.

Pandora!

Adoro-te

Imploro-te

Não me ignores

Escrevi com a mão esquerda para ela não descobrir que fui eu que mandei o cartão.

Sue Townsen, O diário secreto de Adrian Mole aos 13 anos e 3/4 (excerto)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Padre António Vieira nasceu há 402 anos

Um dos mais notáveis prosadores e o mais conhecido orador religioso português, o Padre António Vieira nasceu em 06 de Fevereiro de1608, em Lisboa, e faleceu na Baía em 1697. No vídeo seguinte poderás conhecer (ou recordar) a vida deste grande Homem.


A sua prosa é vista como um modelo de estilo vigoroso e lógico, onde a construção frásica ultrapassa o mero virtuosismo barroco. A sua riqueza e propriedade verbais, os paradoxos e os efeitos persuasivos que ainda hoje exercem influência no leitor, a sedução dos seus raciocínios, o tom por vezes combativo, e ainda certas subtilezas irónicas, tornaram a arte de Vieira admirável.
As obras Sermões, Cartas e História do Futuro ficam como testemunho dessa arte. Como exemplo disso leia o seguinte sermão:

A Cegueira da Governação

Príncipes, Reis, Imperadores, Monarcas do Mundo: vedes a ruína dos vossos Reinos, vedes as aflições e misérias dos vossos vassalos, vedes as violências, vedes as opressões, vedes os tributos, vedes as pobrezas, vedes as fomes, vedes as guerras, vedes as mortes, vedes os cativeiros, vedes a assolação de tudo? Ou o vedes ou o não vedes. Se o vedes como o não remediais? E se o não remediais, como o vedes? Estais cegos. Príncipes, Eclesiásticos, grandes, maiores, supremos, e vós, ó Prelados, que estais em seu lugar: vedes as calamidades universais e particulares da Igreja, vedes os destroços da Fé, vedes o descaimento da Religião, vedes o desprezo das Leis Divinas, vedes o abuso do costumes, vedes os pecados públicos, vedes os escândalos, vedes as simonias, vedes os sacrilégios, vedes a falta da doutrina sã, vedes a condenação e perda de tantas almas, dentro e fora da Cristandade? Ou o vedes ou não o vedes. Se o vedes, como não o remediais, e se o não remediais, como o vedes? Estais cegos. Ministros da República, da Justiça, da Guerra, do Estado, do Mar, da Terra: vedes as obrigações que se descarregam sobre vosso cuidado, vedes o peso que carrega sobre vossas consciências, vedes as desatenções do governo, vedes as injustças, vedes os roubos, vedes os descaminhos, vedes os enredos, vedes as dilações, vedes os subornos, vedes as potências dos grandes e as vexações dos pequenos, vedes as lágrimas dos pobres, os clamores e gemidos de todos? Ou o vedes ou o não vedes. Se o vedes, como o não remediais? E se o não remediais, como o vedes? Estais cegos.

Padre António Vieira, in “Sermões”

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Chá com Letras

No passado dia 1 de Fevereiro realizou-se mais uma sessão do “Chá com Letras”, que contou com a presença animada de professores e alunos dos cursos nocturnos. Começamos por cumprir o ritual de nos sentarmos à volta de uma fila de mesas sobre as quais tínhamos os indispensáveis chá e biscoitos e iniciou-se a sessão em que o livro escolhido, “Sexta-feira ou a Vida Selvagem”, proporcionou uma interessante troca de ideias que extravasaram para um debate sobre a evolução da sociedade em que vivemos. Reconheceu-se que hoje se lê menos do que antes mas há a consciência de que o saber ler, é importante e muito! Hoje a sociedade não aceita quem não sabe ler. É um estigma. A próxima sessão está agendada para o dia 1 de Março.

Concurso "Faça lá um poema!"

O poema seleccionado para representar a nossa escola no Concurso "Faça lá um poema!" é da autoria do aluno José Nunes do 11º C a quem desde já endereçamos os nossos parabéns pela sua poesia.